terça-feira, 1 de março de 2011

Amaro Dias e o primeiro Programa Violeiros do Vale em 1985...


O programa Violeiros do Vale foi ar no mesmo dia da Rádio Vale do Capibaribe, em 29 de dezembro de 1985. O Programa Violeiros do Vale foi um marco para a cultura do repente em Santa Cruz do Capibaribe.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Álbum de Fotos


Tody de Amaro Dias (ex-vereador), Francisco José (Repórter da Rede Globo de Televisão) e Amaro Dias no dia da gravação da matéria "Os Segredos do Rio Capibaribe".

Esposa do Poeta Amaro Dias

Esposa do Poeta Amaro Dias

                                            Arquivo da família

Esposa do Poeta-repentista Amaro Dias, casou-se com o poeta em 1965, vivem juntos até os dias atuais.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Amaro Dias na Rede Globo de Televisão


O Poeta Amaro Dias aparece numa reportagem da Rede Globo, apresentado pelo Repórter Franciso José. Inspirado pelo rio que conheceu quando era puro e sem nenhuma poluição, o poeta Amaro Dias improvisa e a aparece para todo o Brasil na maior emissora de Tv do país.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Biografia



                                                  Amaro Dias em 2011.

Amaro Paulo Dias nasceu em 21 de setembro de 1934, no sítio Paquivira, município de Taquaritinga do Norte, estado de Pernambuco. Filho do casal de agricultores Joaquim Dias de Miranda e Severina Maria da Conceição. Residiu na Paquivira até os vinte anos de idade, mas em virtude das dificuldades de arranjar trabalho naquela época viajou para São Paulo em busca de sobrevivência, onde permaneceu até os vinte e oito anos de idade. Casou-se em 1965 com a brejeira Cleonice Gonçalves com quem vive até hoje. Desse casamento nasceram sete filhos: Claudenice (professora), Cloves (Tody, ex vereador), Carlos, Claudio, Claudemir, Clécio Dias (também poeta) e Cleber.
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Em São Paulo, iniciou sua carreira de violeiro-repentista. mas o sentimento de saudade da terra natal aflorou e ele voltou à Taquaritinga do Norte. Em 1963 fez parte do programa "A Voz do Sertão" na Rádio Difusora de Caruaru ao lado José Vicente da Paraíba e Aristo José dos Santos, ambos falecidos. Em 1968 foi morar em Campina Grande onde substituiu, por um bom período, o repentista José Gonçalves (já falecido). Nessa época, Amaro Dias fez dupla com Cícero Bernardes, já falecido. Nesse mesmo ano, foi residir em Pesqueira onde apresentou, ao lado de José Vicente da Paraíba e o cantador José Andorinha, um programa de cantoria.
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Em Belo Jardim, na Rádio Difusora Bituri, apresentou outro programa de violeiros ao lado de Manuel Pedro Clemente (poeta cego) e Manoel Paulino. Anos depois, se mudou para Santa Cruz do Capibaribe e criou o Programa Violeiros do Vale, na Rádio Vale do Capibaribe, programa que entrou no ar no mesmo dia em que a própria rádio (29 de dezembro de 1985). Neste programa, cantaram com ele José Bonifácio, José Luiz, Heleno Severino, Francisco de Assis, Roberto Queiroz, Louro Branco, Francisco de Assis, Zé Vicente da Paraíba, Paulo Jorge e Moreira do Caldeirão, entre outros., no entanto também cantou com Ivanildo Vila Nova, Oliveira de Panelas, João Furiba, Manoel Basílio, Raimundo João, Laranjinha, entre tantos outros.
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Em Pesqueira, participou de um programa na TV Pernambuco representando a cidade. Participou dos primeiros congressos de violeiros realizados em Campina Grande, tendo, inclusive, um de seus versos publicados num livreto sobre cantoria escrito por Bráulio Tavares, quando cantou com Manuel Pedro Clemente num congresso de violeiros em 1975. Em 2008 fez uma bela apresentação na Rede Globo de Televisão cantando as belezas e o abandono do Rio Capibaribe, tendo sido entrevistado pelo famoso jornalista Francisco José.
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Dentre os poemas que escreveu destacam-se: A morte de Zé Jorge, em parceria com Zé Vicente da paraíba, Teu aniversário, A morte de Heleno Severino, A mãe desapareceida, entre outros.
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No entanto, sua marca foi sempre os versos improvisados, com os quais se destacou em cantorias e congressos.
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A seguir, faz-se necessário trancrever alguns dos muitos versos improvisados pelo poeta Amaro Dias pelo Nordeste afora.
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Ceta vez, na ocasião, cantava com Zé Vicente da Paraíba num bar de um cidadão chamado Pinta-Cega, quando de repente chegou um funcionário da Cande (fábrica de Campina Grande) na Praça da Bandeira. Vale lembrar que a nota de cinco cruzeiros, na época, tinha a imagem de Tiradentes e os cantadores ficaram desejosos pela contribuição do funcionário da Cande. Zé Vicente terminou um verso da seguinte maneira:
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Vamos ver quanto se ganha
Daquele rapaz da Cande.
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Amaro Dias completou:
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Deus queira que ele nos mande
A nota de Tiradentes
Aquele que sofreu tanto
Perante os inconfidentes
E morreu sem o direito
De vê-los independentes.
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Em outra ocasião, cantava com o poeta Sebastião Cordeiro, este findou uma estrofe da maneira seguinte:
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Eu sou um grande poeta
Meu verso lindo se expande...
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O poeta Amaro Dias pegou a deixa e disse:
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Pra mim uma dupla grande:
Zé Goncalves, Patativa...
Você morre e nunca passa...
De um plantador de maniva
E é desses preguiçosos...
Planta pouco e não cultiva.
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Em outra época, cantava com o poeta Roberto Queiroz, no sítio Porteiras, município de Caraúbas, Paraíba, quando o vereador "Madruga" pediu que os repentistas cantassem o seguinte mote:
                 *
Prefiro viver distante
Do povo civilizado!
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Amaro Dias agitou os expectadores com esta linda estrofe:
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Cada um fique na sua
Deixe eu viver do que planto
Que eu não vou morar num canto
Que uma jovem quase nua...
Dança no meio da rua
Mostrando o bum-bum pelado
E o pai fica de lado
Achando aquilo importante
Prefiro viver distante
Do povo civilizado!
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O poeta Galego Aboiador se recorda de um verso improvisado por Amaro Dias numa cantoria com o grande poeta João Furiba, este assim fidou suas rimas:
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Das coisas boas da vida
Eu ainda sou melhor...
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Amaro Dias respondeu:
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Furiba tu és pior
Que rural velha de rede
Mulher que chifra o marido
Gozo de pé-de-parede
Quarenta dias de fome
E cinquenta dias de sede.
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Aqui é apenas uma mostra dos muitos improvisos deste ótimo e conhecido poeta, em breve publicaremos mais.